quantas vezes no silêncio
do repouso dos corpos
oiço o hino do amor
diluindo-se nas linhas das silhuetas esbatidas pela noite
no esconderijo do sonho
afago-te o rosto
repousas a cabeça no meu peito
a tua mão no meu coração
a minha mão na tua
as ténues fronteiras entre a carne e o pensamento
como um beijo que se sente na boca
sem haver toque
como se sente a terra
no cheiro da terra molhada
envolta em neblinas subtis
que me sopram um desejo furtivo
um desejo ladrão
que te rouba a respiração
as almas encontram-se
sem vergonha na nudez
na pele encontramos a nossa casa, finalmente
o descanso, o aconchego
o afago do tempo
entregamo-nos à corrente do momento
e a electricidade fica a pairar
esvoaça pelo ar o pó de relâmpagos que quiserem ficar
na teia dos nossos pensamentos.
terça-feira, 29 de junho de 2010
ao som de gaitas-de-foles
eu tenho de te deixar partir para a tua viagem
pois eu não posso ser as tuas velas
mas não fiques triste com o meu choro
pois as lágrimas que choro por ti
são a minha oração eterna
que façam parte da corrente que te leva
mesmo que depois se dilua no mar
pois até morrer
poderei sempre recordar
o refúgio que foste
e que será a tua memória
em mim
como um hino cantado pelos contornos de montanhas
companheiras do tempo
elas sabem que também isto é perfeito
eu já te sonhava
antes de te conhecer
e agora que partes
regressas a casa
tal como eu regressei a casa
quando te encontrei
que sintas o meu abraço
quando fores
como eu sentirei o ritmo da vida
nos teus passos
que Deus me leve a ascender através da tempestade
e que me deixe ficar inconsciente acima das nuvens
levitando, até eu conseguir regressar
a um mundo onde não estás
que eu tenha direito a um último sonho
uma última fantasia
onde nasçam frutos das nossas mãos que se tocam
onde caiam pétalas da nossa pele que se entrega
onde eu te consiga dizer
tudo aquilo que nunca pude
onde cada lágrima seja mais um momento de compreensão
onde os rios das nossas almas
sejam apenas um
nascendo na mesma nascente
respirando na mesma corrente
morrendo no mesmo poente
até ao sonho...minha vida.
pois eu não posso ser as tuas velas
mas não fiques triste com o meu choro
pois as lágrimas que choro por ti
são a minha oração eterna
que façam parte da corrente que te leva
mesmo que depois se dilua no mar
pois até morrer
poderei sempre recordar
o refúgio que foste
e que será a tua memória
em mim
como um hino cantado pelos contornos de montanhas
companheiras do tempo
elas sabem que também isto é perfeito
eu já te sonhava
antes de te conhecer
e agora que partes
regressas a casa
tal como eu regressei a casa
quando te encontrei
que sintas o meu abraço
quando fores
como eu sentirei o ritmo da vida
nos teus passos
que Deus me leve a ascender através da tempestade
e que me deixe ficar inconsciente acima das nuvens
levitando, até eu conseguir regressar
a um mundo onde não estás
que eu tenha direito a um último sonho
uma última fantasia
onde nasçam frutos das nossas mãos que se tocam
onde caiam pétalas da nossa pele que se entrega
onde eu te consiga dizer
tudo aquilo que nunca pude
onde cada lágrima seja mais um momento de compreensão
onde os rios das nossas almas
sejam apenas um
nascendo na mesma nascente
respirando na mesma corrente
morrendo no mesmo poente
até ao sonho...minha vida.
terça-feira, 22 de junho de 2010
universo na pétala
linhas de água dentro de mim
purificando-me
quando permaneço na dimensão que as palavras edificaram
em vez de estilhaçar essa arquitectura subtil com mais palavras
começo a compreender
o universo na pétala
purificando-me
quando permaneço na dimensão que as palavras edificaram
em vez de estilhaçar essa arquitectura subtil com mais palavras
começo a compreender
o universo na pétala
M - ehwaz
quer dizer andamos nós a cambalear pela vida
tropeçamos e caímos
lá nos vamos levantando das quedas
desambaraçando-nos das voltinhas
limpando as feridas
e depois vamos encontrando
com quem cavalgar
que aparece
e surge
porque e quando estamos exactamente onde temos de estar
mas durante algum tempo ou quem sabe a vida inteira
encontramos sempre com quem cavalgar
e a galope lá vamos
mesmo que voltemos a tropeçar
mais vale ter alguém que nos dá a mão
e nos ajuda a levantar.
tropeçamos e caímos
lá nos vamos levantando das quedas
desambaraçando-nos das voltinhas
limpando as feridas
e depois vamos encontrando
com quem cavalgar
que aparece
e surge
porque e quando estamos exactamente onde temos de estar
mas durante algum tempo ou quem sabe a vida inteira
encontramos sempre com quem cavalgar
e a galope lá vamos
mesmo que voltemos a tropeçar
mais vale ter alguém que nos dá a mão
e nos ajuda a levantar.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
IX - o derradeiro início
que a minha paz reencontrada
seja o instrumento de Deus,
por ser livre para escolher a Entrega.
seja o instrumento de Deus,
por ser livre para escolher a Entrega.
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